Se a questão ambiental não é motivo para que empresas passem a utilizar fontes renováveis para gerar sua eletricidade, talvez o lucro seja um fator que torne essa mudança mais provável. Segundo um novo estudo da Carbon Trust, o uso de energias renováveis em firmas no Reino Unido pode fazer com que estas obtenham um lucro de 11% a 12%.
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Subsídios ajudam a gerar receitas significativas através do uso de energia hidrelétrica, de biomassa, eólica e solar. |
A pesquisa da assessoria Carbon Trust revelou que com o preço da energia estimado a aumentar 37% até 2020, cada vez mais as companhias no Reino Unido procuram gerar sua própria energia através de fontes renováveis, como é o caso da ASDA, Ikea, John Lewis, Marks & Spencer, PepsiCo, Proctor & Gamble e outras.
De acordo com o relatório, o que ajuda nesse retorno são os estímulos às energias renováveis, como tarifas de aquisição e o Incentivo de Aquecimento Renovável (RHI). Sem estes subsídios, calcula-se que o índice deste lucro seria de 6%.
O documento aponta também que o ganho a partir do uso de tecnologias renováveis varia dependo dos equipamentos e processos utilizados. O investimento em tecnologias de projetos de aquecimento como a digestão anaeróbica, a energia hidrelétrica e a biomassa geram, por exemplo, retornos de mais de 15%.
Já turbinas eólicas podem criar um lucro de cerca de 13%. Apenas as instalações solares geram ganhos menores, de cerca de 5%, devido aos recentes cortes feitos nos incentivos dessa fonte. Mesmo assim, instalações solares de capacidade inferior a 50 kW podem gerar um lucro de 10%.
“Esse relatório deve ajudar a convencer mais empresas do Reino Unido a passarem à energia renovável. No entanto, selecionar a estratégia certa para as energias renováveis pode ser uma área complexa. Recomendamos experimentar medidas diferentes, testar a viabilidade destas e fazer isso o mais cedo possível antes que o preço da energia aumente e a pressão regulatória se torne mais insistente”, explicou Hugh Jones, diretor de gestão da Carbon Trust.
Um dos exemplos citados no documento é a Ikea, que obtém agora 80% do total de sua energia do uso de renováveis. A empresa investiu em uma fazenda eólica, gastando cerca de US$ 6,38 milhões para aplicar células fotovoltaicas em suas lojas e para incorporar tecnologias como sistemas de aquecimento e de resfriamento geotérmicos, caldeiras de biomassa e aperfeiçoamento de isolamento.
No entanto, Leonnie Greene, da Associação das Energias Renováveis (REA) declarou que ainda há pouco incentivo para que firmas passem utilizar energias renováveis devido às políticas conflitantes no setor. Ela citou, por exemplo, que o Compromisso de Redução de Carbono exige que companhias paguem uma taxa pela eletricidade gerada por fontes renováveis.
“Estamos preocupados porque o setor comercial não está sendo incentivado adequadamente a investir – há politicas em direções diferentes. Estamos satisfeitos com o aquecimento do setor, mas não com a energia do setor comercial – embora, é claro, estejamos satisfeitos se as companhias estiverem investindo”, analisou Greene.
Notícia retirada do Instituto Carbono Brasil.
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