quinta-feira, 11 de agosto de 2011

MIT cria células solares que podem ser impressas em papel

Você já pensou em usar papel para ajudar a produzir energia? Essa situação pode parecer inverossímil, mas cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) provaram que isso é possível, desenvolvendo uma espécie de célula solar que pode ser impressa em diversos tipos de material flexível, como papel, tecido ou plástico PET.

Paineis fotovoltaicos imprimíveis já vinham sendo desenvolvidos há alguns anos, mas o estudo do MIT, liderado pelos professores de engenharia Vladimir Bulović e Karen Gleason, é o primeiro no qual pesquisadores conseguem criar um tipo de célula que pode ser fixado em um meio maleável.

Uma das diferenças em relação aos paineis comuns é que, enquanto estes são impressos através de um processo que usa líquidos e altas temperaturas, as novas células são fixadas através de um sistema a vácuo que utiliza vapores e temperaturas menores do que 120 graus Celsius, o que permite que os dispositivo seja impresso em substratos flexíveis.

Outra particularidade dessas células é que, mesmo se elas forem fixadas em um material que seja posteriormente dobrado ou amassado, o painel continua funcionando. Para testar essa característica, os estudiosos do MIT imprimiram o dispositivo em uma lâmina de plástico PET, dobrando e desdobrando-a mais de mil vezes, e ao final o painel não teve perda significativa no seu desempenho.

“Freqüentemente as pessoas falam sobre deposição em um dispositivo flexível – mas então elas não o dobram, para demonstrar efetivamente”, declarou Gleason. Além da flexibilidade, os cientistas perceberam que as células produzidas para o estudo no último ano ainda funcionavam, demonstrando que esse painel tem também uma grande vida útil.

Os pesquisadores acreditam que essa descoberta poderá ajudar a desenvolver formas de reduzir os custos de produção das células solares tradicionais, já que os substratos usados para fixar o dispositivo – geralmente o vidro – costumam ser mais caros do que os filmes fotovoltaicos em si.

Para se ter uma ideia, o metro quadrado de papel custa o equivalente a um milésimo da mesma metragem de vidro. Assim, utilizando materiais mais abundantes e baratos para imprimir as células fotovoltaicas, o preço das instalações solares poderia diminuir drasticamente, e, além disso, os paineis poderiam se tornar mais versáteis, uma vez que seria possível fixá-los também, por exemplo, em papeis de parede ou persianas.

Por enquanto, as células flexíveis têm uma eficiência energética de cerca de 1%, contra os 16% a 28% de eficiência dos painéis tradicionais. “É bom o suficiente para abastecer um aparelho elétrico pequeno”, afirmou Bulović. Porém, o professor de engenharia garante que os pesquisadores continuarão trabalhando para aperfeiçoar o dispositivo. “Demonstramos muito bem a robustez dessa tecnologia. Achamos que podemos fabricar células solares que podem alcançar um desempenho recorde de watts por quilo. Para células solares com tais propriedades, uma série de aplicações tecnológicas se torna acessível”, concluiu.
Notícia retirada do Instituto Carbono Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário