Uma nova forma de gerar energia eólica, já comum em alguns países, está chegando ao Brasil. Em vez de torres que chegam a medir até 80 metros de altura - mais que o dobro do tamanho da estátua do Cristo Redentor -, moradores de condomínios e empresas podem instalar miniturbinas para gerar energia renovável e ainda economizar na conta de luz.
A prática já é disseminada na Europa e também na China, país emergente como o Brasil e que tem investido robustamente em energias renováveis. De acordo com a associação da indústria eólica do país asiático, somente em 2010 foram instaladas 130 mil pequenas turbinas.
Bem distante desta realidade, aos poucos a autoprodução de energia por meio dos ventos também cresce por aqui. Potencial existe, segundo Pedro Perrelli, diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).
"Há uma densidade populacional alta e o aumento do consumo de energia. Lugares remotos como cidades do interior da Amazônia conseguem operar os aerogeradores por até seis horas ao dia", disse Perrelli.
Custo:
O motivo da expansão ainda lenta dessa modalidade é o alto custo. "Mas à medida que a demanda energética for aumentando, o preço vai caindo", afirma o diretor da ABEEólica.
No Rio de Janeiro, por exemplo, moradores de um condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, gastaram R$ 25 mil para instalar, no alto do prédio residencial, um aerogerador que produz energia elétrica para abastecer a garagem, as escadas e a área comum do condomínio.
Apesar do preço, a iniciativa ajudou os moradores na economia da conta de luz, que caiu de R$ 27 mil para R$ 18 mil.
No Maranhão, um banco inaugurou no fim de junho sua primeira agência abastecida por energia eólica. A unidade começou a funcionar com uma torre instalada em frente ao prédio, que, de acordo com a empresa, foi integralmente construído de forma sustentável.
Usinas eólicas instaladas no Rio Grande do Sul (Foto: Divulgação/ABEEólica)
Atraso:
Porém, o número ainda é baixo se comparado a outros países emergentes como China e Índia, que desde 2010 estão entre as cinco nações que mais detêm este tipo de tecnologia, segundo o Conselho Internacional de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês).
“O Brasil ainda tem um megapotencial para energia hidrelétrica e facilidade para energia térmica. Além disso, a exploração é feita pelas fontes consideradas mais baratas”, disse Pedro Perrelli, diretor-executivo da ABEEólica.
O preço do MWh proveniente de usinas eólicas tem registrado constante queda. O valor estava em torno de R$ 148, mas já caiu para R$ 135 o MWh em 2011, segundo a ABEEólica. Entretanto, não se equipara ao custo da energia elétrica gerada por hidrelétricas (R$ 115 por MWh).
Fonte: ABBEólica
Mapa:
Muitas regiões do país ainda são pouco exploradas quando se trata da questão eólica. De acordo com a ABBEólica, apenas nove estados brasileiros têm uma ou mais usinas com turbinas eólicas (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí).
Entretanto, de acordo com o mapa acima, estados como Mato Grosso do Sul, Roraima e São Paulo têm potencial para fornecer este tipo de energia.
O governo de São Paulo já reconheceu o potencial elétrico dos ventos e encomendou estudo à Secretaria de Energia para verificar quais regiões do estado podem receber torres eólicas.
Segue abaixo ilustração interativa com mais informações:
Notícia retirada do G1.


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