terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Estudo indica que não há evidências entre som de turbinas eólicas e doenças

A energia dos ventos é uma das grandes heroínas da energia limpa, mas suas turbinas são vistas como vilãs por algumas comunidades que vivem perto de fazendas eólicas. Alguns grupos acusam os geradores de fazerem um barulho muito intenso, atrapalhando o cotidiano da população e causando distúrbios como insônia, dores de cabeça, perda auditiva, doenças cardiovasculares e até diabetes.

Mas uma nova pesquisa do Departamento de Proteção Ambiental de Massachusetts, apresentada na última terça-feira (17), sugere que não há indícios científicos suficientes para comprovar a ligação entre o barulho produzido pelos geradores eólicos e os diversos problemas de saúde – chamados de ‘Síndrome da Turbina Eólica’ – apontados pelos moradores das comunidades localizadas perto de parques eólicos.

O estudo foi realizado por um painel do departamento composto por físicos, especialistas em ruído acústico e infrassons, saúde pública, distúrbios do sono, engenharia mecânica, epidemiologia e neurociência.

“Não há evidências de um conjunto de efeitos para a saúde causado pela exposição a turbinas eólicas que possa ser caracterizado como uma ‘Síndrome da Turbina Eólica’. Alegações de que infrassons de turbinas eólicas impactam diretamente o sistema vestibular [auditivo] não foram demonstradas cientificamente. Evidências disponíveis mostram que os níveis de infrassons perto de turbinas eólicas não podem impactar o sistema vestibular”, apontou o relatório.

“Nenhuma das evidências epidemiológicas limitadas analisadas sugere uma associação entre o ruído das turbinas eólicas e dor e rigidez, diabetes, pressão sanguínea alta, zumbido, perda auditiva, doenças cardiovasculares e dor de cabeça/enxaqueca”, acrescentou o documento.

No entanto, a análise indica que há evidências que apontam para uma ligação entre a proximidade com geradores eólicos e o aumento da irritabilidade. Porém, ainda não se sabe ao certo se esse comportamento é causado pelo barulho em si ou pela visão dos geradores.

“Há evidências cientificas limitadas sugerindo uma associação entre a exposição a turbinas eólicas e irritação. Há evidências epidemiológicas insuficientes para determinar se há uma associação entre ruídos de turbinas eólicas e uma irritação independente da visão de uma turbina eólica e vice-versa.”

Outro problema que o estudo sugere que pode ser causado pelo barulho dos geradores são os distúrbios do sono. “Há evidências limitadas de estudos epidemiológicos sugerindo uma associação entre o ruído de turbinas eólicas e distúrbios do sono.”

Neste aspecto, o painel recomenda que sejam feitas mais pesquisas sobre o impacto de “turbinas muito barulhentas”, que poderiam alterar padrões do sono de alguns indivíduos, embora os cientistas tenham escrito que turbinas silenciosas não alterariam nem um sono “mais leve”.

Apesar das indicações da análise, alguns grupos que vivem perto de geradores eólicos afirmam que as turbinas causam sim problemas de saúde, mas que já esperavam por esse resultado, alegando que os governos e os fabricantes de geradores querem instalar as usinas eólicas a qualquer custo, não se importando com os efeitos que isso possa ter para a população.

O relatório ficará disponível para comentários durante um período de 60 dias até 19 de março, no qual serão realizados três encontros para que se possa compreender a reação do público à pesquisa.

Notícia retirada do Instituto Carbono Brasil.

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