quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Primeira usina solar comercial do Brasil será duplicada em 2012


A usina solar de Tauá, cujo o funcionamento já é desenvolvido há três meses na região de Inhamuns, no sertão cearense, será duplicada em 2012 e deverá chegar a uma capacidade instalada de 2 MW, graças a uma parceria com a multinacional norte-americana General Eletric (GE), que fornecerá todo o pacote de equipamentos e sistemas de tecnologia fotovoltaica para a duplicação do empreendimento.

Com a expansão, mais 6,9 mil painéis serão instalados na usina solar. Ao todo, serão 11.580 módulos solares captando a luz e transformando-a em energia elétrica.

Durante os três primeiros meses de operação comercial da usina solar de Tauá (julho a setembro), empreendimento da MPX, empresa de energia do Grupo EBX, de Eike Batista, foi produzida uma média mensal de energia ativa (aquela que gera o funcionamento de equipamentos elétricos e eletrônicos) de 150 MWh, o que significa uma capacidade para acionar cinco mil geladeiras, por exemplo.

Atualmente, o empreendimento tem capacidade instalada de 1 MW, o suficiente para abastecer 1,5 mil famílias. A usina recebeu investimentos de cerca de R$ 10 milhões e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apoiou o projeto pioneiro no país com um aporte de R$ 1,2 milhão.

A MPX Tauá, que recebeu em setembro um time de especialistas em energia solar da GE, está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de subestação da distribuidora local. Para a segunda fase, a planta do empreendimento já possui autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e licença da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace) para expandir sua capacidade até 5 MW. O projeto concebido pela MPX para a usina solar chega a 50 MW.

O Projeto
O empresário Eike Batista, em setembro de 2010, anunciou a construção da primeira usina solar do Brasil. O projeto, ainda segundo o empresário na ocasião, teria 10 milhões de reais em investimentos do governo cearence e poderia abastecer 1.500 residências somente com a capacidade inicial de 1MW.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente já autorizaram a instalação de 5 MW para este ano.

O projeto do grupo EBX teve, desde o início, algumas críticas de autoridades, que apontavam o alto custo da usina de Tauá como principal empecilho para construção. A iniciativa, que deve abrir precedentes no país, é a primeira oportunidade para o Brasil mostrar o verdadeiro potencial solar da nação, que só tem uma pequena usina em Araras, Rondônia, com capacidade de apenas 0, 02 MW.

Custos e potencial
A produção de energia solar atualmente é seis vezes mais cara do que a geração hidrelétrica e quatro vezes mais cara do que a energia eólica, outra fonte limpa e renovável.Em números precisos, a energia solar custa por megawatt-hora, entre 500 e 600 reais, e a energia dos ventos fica apenas entre 150 a 200 reais.

Dessa forma, a incerteza do Brasil em investir em energia solar fica evidente, mesmo a nação sendo a segunda maior do planeta em incidência solar.

Outros países, como Alemanha e Espanha, tem uma produção muito maior do que a brasileira, com capacidade instalada superior a 2.000 MW. "Estamos 20 anos atrasados na energia solar", sentenciou Ruberval Baldini, presidente da Abeama (Associação Brasileira de Energias Renováveis e Meio Ambiente).

Porém, para Marcus Temke, diretor de operações e implantação da MPX, existe um caminho viável para a produção de energia elétrica através de painéis fotovoltaicos no Brasil: "Mas precisamos ter escala. No mundo, a tecnologia solar vem avançando muito, com incentivos e pesquisa”, sugeriu Temke.

Noticia retirada do Portal EcoD

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