Com políticas públicas inteligentes, os governos podem fazer crescer suas economias, gerar emprego decente e acelerar o progresso social de forma a manter a pegada ecológica da humanidade dentro da capacidade do planeta. A afirmação foi feita pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na quarta-feira, 16 de novembro, em comunicado para marcar o lançamento da versão final do relatório Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza (em inglês).
O documento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que é resultado de um esforço global de pesquisa de três anos envolvendo centenas de especialistas, confirma que um investimento de 2% do PIB global em 10 setores-chave da economia é o necessário para iniciar uma mudança da atual economia marrom, poluente e ineficaz, para uma economia verde, de baixo carbono.
Divulgado a duas semanas do início da 17ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP-17), o novo relatório da ONU demonstra que governos e empresas têm tomado medidas para acelerar uma mudança global para um futuro de baixo carbono, com eficiência de recursos e inclusão social.
"O estudo do Pnuma sobre Economia Verde desafia o mito de que economia e meio ambiente não se relacionam" - Ban Ki-moon.
Como resultado, um número crescente de países está investindo em iniciativas para acelerar essa transição. A China, por exemplo, é o país que mais investe em energia renovável (também é a nação mais poluidora do mundo). Outras nações, como Barbados, Camboja, Indonésia, República da Coreia e África do Sul, já têm planos nacionais de Economia Verde que refletem as recomendações do relatório.
Além disso, países como a Armênia, Azerbaijão, Egito, Quênia, Jordânia, Malásia, México, Nepal, Senegal e Ucrânia estão se concentrando no "esverdeamento" de setores prioritários, como da agricultura, energias renováveis, turismo e tecnologias limpas.
Negócios sustentáveis
No âmbito dos negócios, o Pnuma estabeleceu parcerias com 285 dos principais investidores do mundo — representando US$ 20 trilhões de ativos, que pediram aos governos que mobilizem a ação sobre as mudanças climáticas, incluindo investimentos em indústrias emergentes como as energias renováveis e edificações verdes. Apelos semelhantes foram realizados pela Câmara de Comércio Internacional, que representa centenas de milhares de empresas em mais de 130 países.
"A COP-17, que acontecerá na próxima semana, e a Rio+20 [junho de 2012], são grandes oportunidades para acelerar e ampliar a economia verde. Ações de cooperação abrangem desde a iniciativa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) até as compras verdes para mudar os esforços nacionais no campo da sustentabilidade", destacou Achim Steiner, diretor-executivo do Pnuma.
"Ademais, um novo indicador de riqueza vai além do PIB e internaliza os custos da poluição e degradação ao trazer o verdadeiro valor da natureza, com base em cálculos que nos levam a um caminho de sucesso e economicamente sustentável", acrescentou o chefe da agência ambiental da ONU.
Mesmo ao saber que as questões de financiamento e negócios ainda serão abordadas mais profundamente, o relatório mostra que investir o equivalente a 2% do PIB mundial em agricultura, energia, construção, água, florestas, pesca, indústria, resíduos, turismo e transporte não só deslocam a economia global para uma trajetória de crescimento mais sustentável, mas também mantêm ou aumentam o crescimento ao longo do tempo em comparação com o cenário habitual de negócios.
O relatório traz recomendações de políticas em cada um dos 10 setores-chave, bem como sobre o financiamento e as condições de habilitação, além de sugerir que "empregos novos e decentes" serão catalisados ao longo do tempo nesses segmentos específicos. No Brasil, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) ajudou, recentemente, a apoiar a construção de 500 mil novas casas com sistemas de aquecimento solar, resultando em 30 mil novos empregos.
Notícia retirada do Portal EcoD


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