A perspectiva para as energias renováveis pode ser nebulosa, à medida que os governos se esforçam por soluções para uma economia em dificuldade e os mercados financeiros globais sofrem com a incerteza, mas não sombria, disseram analistas em dois relatórios na sexta-feira (9).
Os setores de energia renovável têm ficado bem atrás da energia de combustíveis fósseis nos últimos dois meses, mostrando um baixo desempenho por causa das preocupações de um crescimento global lento. A energia alternativa é vulnerável em uma recessão porque depende de subsídios de governos sem dinheiro, além de algumas tecnologias serem vistas como arriscadas, os preços dos combustíveis fósseis terem diminuído e as mudanças climáticas terem caído na prioridade global.
No entanto, à medida que as perspectivas das economias industrializadas declinam, o HSBC vê que os mercados emergentes estão gerando uma maior parcela na demanda de energias renováveis para o futuro. “Para a eólica, o crescimento recente na China significa que emergentes somam agora 60% do mercado global, uma participação que acreditamos que será mantida até 2014”, afirmaram analistas do HSBC em uma nota na sexta-feira. As instalações eólicas offshore na União Europeia subirão em uma taxa de crescimento anual (CAGR) de 35% e a energia eólica latino-americana em uma CAGR de 34%, declarou o HSBC.
“Na energia solar, esperamos que a participação dos mercados emergentes aumente de 17% em 2010 para 40% em 25. A China recentemente atualizou sua meta solar de 5 para 10 gigawatts até 2015, junto com uma tarifa de aquisição equivalente”.
A eliminação da energia nuclear na Alemanha seguindo a crise no Japão reduziu a demanda de eletricidade atômica à medida que o país procura preencher essa lacuna. O uso de energia na Alemanha em 2010 foi cerca de 2% menor do que o auge de 2006, e o país ainda tem que reduzir em 8% para atingir as metas do governo de 2020, disse o HSBC.
Em outro relatório, o diretor da Standard & Poor Swami Venkataraman afirmou que as realidades fiscais podem impedir que o governo apoie as energias renováveis. “Os preços dos painéis solares e turbinas eólicas caíram drasticamente, mas a demanda foi lenta na resposta, e então a perspectiva em curto prazo para a indústria é incerta”, declarou ele no relatório.
O mercado solar da Itália, que estava crescendo em 2010, será muito menor neste ano por causa das mudanças regulatórias nas tarifas de aquisição do país. No entanto, a crise na usina de Fukushima, no Japão, seguindo o terremoto e o tsunami, em março, criou um “enorme potencial” tanto no Japão como na Alemanha, disse a S&P.
O Japão aprovou uma lei, que deve entrar em vigor na metade de 2012, que exige que 20% da sua energia provenha de renováveis até 2020. Isso deve criar uma demanda de três gigawatts por ano, comparada à capacidade atual instalada de cerca de cinco GW.
A Alemanha, que decidiu eliminar gradualmente seus reatores nucleares até 2022, está instalando uma capacidade a uma taxa de 6-7 GW por ano, o que ultrapassa os 3 GW por ano necessários para atingir a meta de 50 GW até 2020. Grande parte da capacidade nuclear da Alemanha precisará ser substituída por outras opções como o gás natural.
“A energia eólica também receberá um foco renovado como resultado do afastamento da energia nuclear, como foi evidenciado pelo apetite dos investidores pelo projeto eólico offshore Meerwind de 288 MW recentemente concluído”, afirmou a S&P.
Notícia retirada do Instituto Carbono Brasil.
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